O mundo mudou, a comunicação mudou e com ela todas as disciplinas que envolvem o cenário da comunicação estão mudando. Uma delas é a “VITRINE”, o verdadeiro cartão postal das lojas, que cada vez mais investem com criatividade e inovação para atrair os clientes para o consumo.
Pensando de forma prática sobre este tema, logo nos vem à mente a figura feminina, que por natureza é mais atraída por esta fantástica ferramenta do varejo. Mas na era da informação existe um novo público em foco. Será que a menina dos olhos da vez são os jovens?
Eles têm poder de compra, são antenados e estão por toda parte, nas redes, nos blogs, álbuns digitais e nas comunidades disseminando conteúdo e a todo momento vivendo a expectativa da oferta do dia sem sair de casa, utilizando apenas o seu computador. Atrair o público jovem para as vitrines não é uma tarefa fácil! Haja criatividade e inovação.
Em um shopping, o consumo é como um rio cheio de peixes/consumidores, sedentos por propostas e provocações, e todas as lojas estão com as suas iscas amarradas a espertas equipes de vendas e a seus produtos. Como tirar o melhor proveito deste momento? As grandes lojas investem muito neste assunto, com pesquisas, simulações e muito teste.
Este pensamento cabe a todos os profissionais envolvidos com este tema. Precisamos de cara esvaziar nossas mentes de preconceitos, formas óbvias, raciocínios lógicos e influências de nossas vidas e do cotidiano. Outro dia levei meu sobrinho para conhecer a agência e lá havia uma máquina de escrever bem antiga. Na hora ele questionou o que era aquilo. Sem pensar muito, coloquei um papel na máquina e falei para ele apertar as teclas. A surpresa dele foi enorme e a primeira coisa que ele falou, com muito entusiasmo, foi: “Nossa, imprime na hora, instantaneamente!”. Chorei de rir com a percepção, mas o que mais me chamou a atenção foi a ótica e a predisposição que as crianças têm de se expressar com o novo de maneira totalmente despretensiosa. Ele enxergou algo totalmente inusitado sobre um objeto obsoleto.
Às vezes me perguntam o que é ser criativo e como fazer para ser criativo nas mais diversas situações da vida. Entendo que a criatividade aflora e gera resultado nos mais diversos âmbitos da vida. Sempre procuro esclarecer este tema da maneira que aprendi na vida: única e exclusivamente exercitando a tentativa incessante em tudo. Para mim não existe pensamento sem ação, ideia sem tentativa, sacada sem execução.
A provocação, no bom sentido, é a coisa mais intrigante que existe. Quando passa uma ideia pela minha cabeça, eu solto aos ventos para sentir as reações, e quanto mais estranheza houver mais ela sobe no estágio de uma boa ideia. É preciso provocar as reações e percepções. Certa vez pintei uma caminhonete de verde Kawasaki. Foi um choque, doía aos olhos, provocava as pessoas nas ruas, as crianças puxavam os pais para olhar, senhoras e senhores torciam o pescoço, outros sorriam, apontavam… Era diferente, legal, extravagante, enfim, provocava reações.
No fundo é isso o que o consumidor quer: ser provocado! Ao se deparar com uma vitrine viva, com manequins interagindo com o público, ou até mesmo uma vitrine digital, epa! Isso é curioso, é novidade, é provocante. Situações inusitadas que saiam do convencional provocam reações.
Outra tendência que veio com força total para atingir este público é o fast fashion, um estoque limitado com coleções compactas e modelos novos o tempo todo, fazendo com que a vitrine esteja em constante movimento. Grandes redes de varejo como C&A, Renner, Riachuelo, Marisa e Hering já aderiram a esta nova tendência.
Diante desse raciocínio, coloco o meu ponto de vista sobre o tema: a “VITRINE” é parte de um processo, e somente o conjunto das atividades fará do seu negócio um exemplo de resultado. Sendo assim, mãos à obra, pois todos nós, lojistas, gerentes, designers, vendedores, vitrinistas e consumidores, já praticamos com a nossa própria vitrine para desfrutar da oportunidade de fazer a grande isca dos nossos negócios. E é ela que terá a responsabilidade de provocar, propor, cutucar, insinuar, afrontar os mais profundos desejos, seja nós como clientes ou nós como vitrines.