Por muitos e muitos anos a palavra varejo foi tida como um bicho papão nas agências. Arrepios, medos, fugas – esse era o cenário até para as equipes de base, imagine para os criativos e designers?
Mas aí o tempo passou, chegou a globalização, os novos commodities, fusões aconteceram e outras pressões fizeram com que os investimentos em brand migrassem para a chamada boca do funil, com muita força.
Confesso que há muito tempo visionei no varejo uma grande oportunidade em um nicho carente. A falta de conhecimento, de envolvimento, atenção e cuidado foram os fatores que fizeram com que esse segmento fosse, no mínimo, renegado. Foi deixada uma lacuna para aqueles que ali percebessem uma brecha para um terreno fértil e promissor.
Imergimos, nadamos e continuamos a mergulhar de cabeça para pesquisar, avaliar, entender e criar soluções e atividades capazes de tirar deste patinho feio um brilho que estava guardado.
É bastante evidente o aumento dos investimentos no varejo, as inovações e, claro, a revolução na comunicação por parte de todos. E foi nesse contexto que começou um movimento contrário ao que era considerado ‘patinho feio’.
As grandes agências começaram a correr, pular na piscina ao mesmo tempo, com grandes aportes em profissionais, ferramentas e pesquisas, e começaram a se interessar por contas que até então eram atendidas por agências médias e até pequenas.
Hoje o varejo já não é mais um ‘patinho feio’, pelo contrário, é para muitas marcas o grande catalizador de vendas. Ele se mostrou para o mundo, ganhou propriedade, personalidade e aos poucos se revelou um lindo cisne branco. Agora todos o notam e anseiam por um trabalho bem conduzido, da estratégia às táticas e operações.
Nele se pressupõe grande parte do interesse dos consumidores, ávidos por propostas quentes, convidativas e, principalmente, vantajosas.
É a harmonia perfeita entre os elementos fundamentais para vender e comprar, respondendo às necessidades básicas de quem, o que, quanto, quando e onde, de maneira direta, clara e se possível, agradável em seu design.
Tudo começa na apresentação de produtos e serviços, seus diferenciais, valores percebidos, potência da mensagem, seus endossadores e tudo mais que possa despertar desejo, mas é lá na boca que o bicho pega pra valer, é ali, na escolha da percepção da relação custo-benefício, que se separam as crianças dos adultos. Neste jogo, vale a alquimia nas frentes matemáticas, das estratégias logísticas e da forma como tudo isto é apresentado aos consumidores.
Seja no offline ou no online, a criatividade na comunicação continua desafiando equipes de vendas, marketing e criativos. Mas em uma coisa eu acredito: dificilmente o varejo voltará a ser considerado o ‘patinho feio’ da comunicação.