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Desejante ou Desejado

Outro dia, em conversa sobre o vasto assunto do comportamento humano, surgiu uma colocação no mínimo provocativa e imediatamente me deu vontade de escrever sobre o tema.

Em meio ao papo que discorria sobre as percepções dos interlocutores quando estamos nos expondo, meu amigo Vladi Iglesias, soltou um questionamento que todos devem fazer a si próprios: nos propagamos como desejantes ou desejados? Fantástico, aquelas duas palavras desencadeariam um universo de pensamentos ao redor das nossas reais intenções.

De imediato, existe uma linha muito tênue entre estas pontas, e, para cada situação, a exposição deve ser adequada ao interlocutor. No campo da neurolinguística, conseguimos com certa facilidade despertar a primeira atenção de nossos interlocutores. Com educação, boa apresentação e um sorriso, abrimos o primeiro caminho para a conversa, mas caso as suas habilidades ou conteúdos não sejam relevantes diante da situação, você corre o risco de ser um simples DESEJANTE.

Em nossas vidas, principalmente no campo profissional, vivemos um dia a dia de comércio explícito: pessoas tentando vender produtos, serviços e a si próprios a todo instante para todo mundo, mas, como sempre acreditei, não existe processo de compra e venda sem o estabelecimento da relação de confiança pessoal e profissional. Hoje, mais do que nunca, comunicação se processa de forma acelerada e com isso diminui o tempo que cada um de nós tem para nos expor e por outro lado, ouvir.

Às vezes nos questionamos sobre coisas que já sabemos, buscamos ser desejados e somos alvos dos desejos alheios. Estas relações são exercitadas aos milhares todos os dias, e com isso, provavelmente, muitos de nós acaba por ligar o sistema automático e aí nos tornamos reféns de nossos desejos, criando assim a posição de DESEJANTE.

Desenvolver esta percepção é algo que requer muita disciplina, atenção e principalmente humildade. Todos sabemos que o equilíbrio é uma das maiores buscas do ser humano, e este tema não foge à regra.

Entender, aceitar e implantar mudanças em nossos comportamentos é tarefa difícil em nossos dias, mas quando temos a certeza e a convicção sobre estas necessidades, nenhum esforço é em vão.

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