Você já ouviu falar que “o gramado do vizinho é sempre mais verdinho”? Já teve a curiosidade de querer entender por que o jardim do vizinho é mais bonito do que o de quem profere a frase? Já teve a predisposição de querer entender o quanto o vizinho estudou sobre grama, quais as literaturas em que ele investiu, quantas experiências, adubos, regas e cortes ele já tentou para chegar àquele resultado?
Na vida é igualzinho: olhamos o próximo e logo fazemos nossas comparações, julgamentos, avaliações, e às vezes acabamos até dando sentenças sem fazer o mínimo esforço para entender a razão de as pessoas se comportar de uma forma ou de outra.
Muito julgamos o próximo e pouco nos avaliamos, e quando o fazemos acabamos sendo pouco críticos com nossas reais características, falhas e despreparos. A autoavaliação requer coragem superior, amadurecimento diante das críticas alheias – isso quando permitimos que elas se manifestem.
Avaliar se estamos sendo o “melhor de nós mesmos” deveria ser algo permanente, algo tão simples e cotidiano como olhar o marcador de gasolina, as condições do carro, os produtos da despensa… Pequenas avaliações do nosso cotidiano que nos fazem ter atitudes imediatas de reabastecimento.
Às vezes fico pensando na visão como captação sensorial: o mundo apreendido pelo olhar cabe no espaço de nossas cabeças, entretanto não conseguimos reter em nossa memória a imagem de nossas ações e atitudes. Falta-nos competência para tanto. Somos incapazes de produzir um filme com imagens e sons sobre a forma como agimos, ainda que de forma abstrata, em nosso psiquismo, para, no final do dia, olharmos para ele com a mesma intensidade de percepções que temos ao olhar tudo o mais que se passa a nossa volta.
Talvez seja por isso que a grande maioria das pessoas não gosta de suas próprias fotos, muito menos de serem vistas em filmes. Mas qual a diferença de ser visto ao vivo todos os dias, o tempo todo, com a imagem que se projeta no papel ou na tela? Na verdade, muitas e muitas pessoas não gostam de si próprias quando expostas a elas mesmas.
Se essas reflexões fizerem sentido para o que pensa sobre si mesmo, por que, então, não começar a reavaliar “VOCÊ”, de cabo a rabo, começar a entender como realmente as pessoas julgam você?
Pensar em nós mesmos… acredito ser esta atitude uma das melhores formas de utilização do nosso próprio tempo.
Seja o melhor “VOCÊ” que puder, todos os dias de sua vida, pelo seu bem e pelo de todos que estão a sua volta.