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Restaurante, o maior campo de provas sobre experiência do consumidor

Amante que sou das disciplinas do marketing, acabo no meu dia a dia tendo uma percepção aguçada sobre as experiências que tenho em todos os lugares e pessoas com os quais me deparo. Tenho um vício de observar tudo de ponta a ponta, sobre a jornada do consumidor, seja ela de longo ou curto tempo.

No caso dos restaurantes como um todo, adoro a possibilidade de vivenciar uma jornada extremamente rápida, pois entre o chamado do estômago até o resultado final, muitas vezes se passam pouquíssimas horas.

Neste contexto, hoje preciso relatar um episódio que muito me surpreendeu, positivamente, é claro. A convite de um cliente, fomos almoçar num restaurante no Morumbi que faz parte de uma rede de 9 restaurantes, todos muito próximos, alguns até interligadas internamente, o que de cara já me chamou a atenção, pois são visíveis as diversas otimizações do negócio, independente das várias diferenças que cada um apresenta.

Por acaso, escolhemos o restaurante denominado Fogo, onde o próprio nome e as características já apresentavam a especialidade de carnes, e até aí, nada de muito surpreendente, mas desde a chegada as características foram bem avaliadas e, como costumo fazer, assim como num game, vamos passando de fase em fase avaliando cada etapa com lupa.

Bem, tudo foi caminhando com ótimas percepções e posso até dizer que teria boas notas na maioria das fases, até que, quase no final, fui arrebatado por uma Ideia espetacular, na penúltima cena, a do cafezinho, fui surpreendido no momento que vi uma colherzinha muito interessante para misturar o café.

A princípio não compreendi o que era, mas logo que vi, abri um sorriso e não tive como não expressar as palavras “ideia sensacional”, era uma colher de café, moldada num pedaço de cana de açúcar, sim, você se lembra, e acho que alguns passaram por esta experiência na vida, de quando se cortava gomos de cana de açúcar e se mastigava como se fosse um isopor açucarado.

No meu caso, imediatamente recordei que minha avó tinha esse costume, de nos chamar para mastigar cana de açúcar mergulhada em água gelada. Na hora, tudo aquilo mexeu com a minha cabeça, pela ideia, pela memória que me causou, pela originalidade, pela inovação.

Olhem quantos valores estavam embarcados naquela simples ideia, confesso que fiquei tão entusiasmado com a descoberta que pouco me lembro do excelente bife de tira que degustei.

Por acaso, também tive a honra de conhecer o proprietário do restaurante Marcus Ramalho que junto com sua esposa Flávia Kalaf tocam com muita proximidade e amor os restaurantes. Não poupei elogios à inovação e, como sou curioso, logo questionei de onde veio a sacada. Marcus, o empreendedor destes restaurantes, os quais desde já recomendo a todos experimentarem sua gastronomia, me contou que a ideia veio de um colaborador e que ele logo a incorporou, mas além disso, fez mais, ajudou o rapaz a iniciar o seu próprio negócio de fabricar colherzinha de cana de açúcar para outros restaurantes.

Pessoal, reparem aonde pode chegar uma simples e magnífica ideia!

Marcus Ramalho e Albizio Amorim, o bar man idealizador, seguem suas rotinas, observando e vivenciando as experiências de seus clientes de perto, exercitando o que há de mais legal no empreendedorismo, a descoberta de novas maneiras de surpreender os consumidores. Aqui vão os nomes dos restaurantes e quando forem até lá, não deixem de reparar na colherzinha do café.

Quando estamos atentos a tudo e a todos a nossa volta, temos a oportunidade mágica de descobrir, nos mínimos detalhes, onde moram os diferenciais de um negócio.

Parabéns, Marcus e Amorim, posso dizer que ganhei o dia descobrindo uma simples colherzinha de cana de açúcar.

Aqui estão os nomes dos restaurantes deste apetitoso Grupo D.I.F.Y Gastronomia – Fogo / LAJE / LA CASA / ROXI – entre em https://www.difycomidasaudavel.com.br/

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