Não tenho uma pesquisa exata em mãos, mas me parece que passei a vida convivendo com pessoas que sempre quiseram ter as suas razões impostas, os chamados donos da razão, pessoas que, independentemente de as razões alheias estarem certas ou não, pouco ouvido ou atenção deram a elas e, invariavelmente, a razão se definia por uma imposição hierárquica, fosse por força da idade ou do poder cultural e/ou social.
Vejo com muita clareza que razões são também uma questão de ponto vista, é fácil perceber o quanto ainda estamos longe do ponto de conviver com uma pré-disposição natural do ser humano em agir de forma empática com o próximo. Há muito tempo costumo não estar em um único lugar, o lugar do meu próprio ponto de vista, e somente assim consegui ver de fato as inúmeras razões dos outros, aquelas que persistimos em não dar a mínima importância.
Neste exercício que andei fazendo com muita frequência desde então, algo me chamou muito a atenção, o espanto das pessoas quando você se dirige a elas, expressa o seu entendimento, e mais, o fato de dizer com todas as letras, você tem razão no que está colocando. Senti que, uma vez colocada uma posição de não contrariedade ao próximo, imediatamente ele se abre a você, passa a respeitá-lo com maior empatia e proximidade, retorna à conversa com mais interesse em lhe escutar e, quem sabe, até compreender as suas razões.
Razões de pontos de vista opostos provavelmente tenham suas razões e quanto mais compreendermos este simples gesto de pré-disposição, poderemos criar uma transformação sem tamanho em nossos relacionamentos, sejam eles pessoais ou profissionais.
Não se trata de um conselho, de forma alguma, é somente uma constatação que achei interessante compartilhar e sugerir um teste, pois pessoas e situações são totalmente diferentes umas das outras e nem sempre as ações se transformam na mesma reação quando testadas em outros contextos.
Se tiver curiosidade em testar, ficarei também curioso em saber se as reações foram interessantes.