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Reclamar! Vício, autopiedade ou um SOS?

Às vezes fico pensando qual o real objetivo de uma reclamação e aonde a pessoa quer chegar com aquela súplica. Toda reclamação esconde um interesse direto, às vezes até desconhecido pelo próprio reclamante. É obvio que ao perguntar para as pessoas se elas gostam de quem reclama a resposta é imediata, mas o que me intriga é que a grande maioria que não gosta são muitas vezes os próprios reclamantes, sendo assim, as pessoas que reclamam ou não percebem ou também se autoprocrastinam.

Normalmente, muitas reclamações são deflagradas por um exaustivo cansaço de uma situação indesejada, repetitiva, incômoda, que, invariavelmente, as próprias pessoas, por falta de posicionamento e coragem, se deixam envolver. A vida muitas vezes vai raptando das pessoas os prazeres, o bem-estar, os amigos e até os familiares em alguns casos. Neste cenário, restam às pessoas iniciar um pedido inconsciente de socorro que, veladamente, inicia-se pela sequência de reclamações de todos os âmbitos.

Dificilmente os reclamantes são atentados sobre suas reclamações. Ouvimos e ignoramos na maioria das vezes, começamos a evitar ou até desviar-se destes incômodos seres. Num geral, temos filtros muito exigentes quanto aos empecilhos alheios, detectamos com enorme velocidade e sensibilidades aquilo que nos incomoda, não só os reclamantes, mas também os chatos, inoportunos, egocêntricos, donos da verdade, falastrões e tantos outros perfis.

Retomando a ideia de que muitos que se julgam não gostar podem ser os próprios reclamantes, convido a todos a fazer uma reflexão sobre o assunto e quem sabe termos a humildade de aceitar que também possamos estar procrastinando a nós mesmos diante de tantas aflições e pressões que os novos tempos estão nos impondo. Vejo muitos se acovardando e até se isolando em suas fictícias redes sociais onde observamos, julgamos e nem sempre nos avaliamos. Pessoas têm inventado suas próprias verdades pelo que tem visto e ouvido. As reais verdades da vida parecem estar sendo varridas para baixo de um tapete imaginário, mas profundamente real quando se encosta a cabeça no travesseiro com os reais sentimentos.

Reclamar pode ser somente um grito interno de socorro!

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