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Como dimensionar risco, arrojo, prudência e coragem na vida empreendedora?

A primeira colocação é que não tenho a resposta definitiva a este questionamento. Nem eu e acho que ninguém, pois somos todos feitos de doses diferentes de cada um destes comportamentos que são adquiridos ao longo de nossa educação, vivência e referência. O fato é que, provavelmente, todos nos questionamos a respeito destes limites, o que é arriscado para uns não passa de firula para outros, o arrojado muitas vezes pode ser interpretado como roda presa e assim por diante.

O verdadeiro empreendedor é um ser realmente diferente. Faz do limão a limonada quase que constantemente, suas habilidades de transformação do ser e da matéria-prima normalmente causam perplexidade ao seu redor.

Estes predicados são praticamente inerentes à denominação que hoje passa por um enorme conflito daqueles que despertam naturalmente ou daqueles que ousam ser. Sou quase que diariamente questionado por aspirantes e até experientes empreendedores sobre os níveis necessários destes predicados.

Costumo retornar as indagações com perguntas das quais podem por um fim em suas dúvidas, tais como:

Você prefere ganhar R$10.000 sempre ou poder ganhar de zero a R$20.000?

Quanto tempo você acredita suportar dirigir a sua empresa sem lucratividade? E para piorar, quanto acredita suportar dirigir sua empresa no vermelho? Não falo do ponto de vista financeiro, somente do psicológico.

Num cenário de baixíssima perspectiva como o atual, você pensaria ou pensa em desistir?

Você começaria um negócio num momento de muita instabilidade?

Somente com as respostas que passam nas cabeças e nas expressões faciais, você nem precisaria responder verbalmente, a sentença é óbvia.

Estudos dizem que somente 3,6% da população tem perfil empreendedor, isto corresponde a, mais ou menos, o número de proprietários versus funcionários. Se analisarmos estes empreendedores em grupo, acredito que identificaríamos altos níveis de pré-disposição ao risco, que está ligado ao arrojo, coragem e certa dose de prudência que é desenvolvida, não pela natureza, mas, sim, pelos tombos proporcionados por seus desejos de sustentabilidade de seus negócios.

A simples vontade de empreender não é credenciada somente por aspectos acadêmicos e de suas habilidades natas. Empreender está, também, e quase que unicamente, destinado aos mais resilientes, destemidos e corajosos seres. Acredito também que estas capacitações possam ser desenvolvidas, desde que o aspirante consiga ter referenciais sobre um assunto pouco compreendido a olho nu.

Nossos limites, infelizmente, são definidos por nossas experiências, e somente novas vivências e tentativas poderão alterar estes pontos que residem em nossos psicológicos. Sendo assim, mais do que ler, estudar e observar, é preciso se jogar, testar, errar muito e se segurar em cima deste bravo cavalo chamado empreendedorismo.

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