Estes dias, num grupo fechado sobre valores humanos que participo, foi feito este questionamento afim de que pudéssemos refletir um pouco sobre o assunto: Como eu lido com pessoas que pensam diferente de mim? Achei o tema interessante e me senti a vontade para expor minha contribuição, mesmo entendo que o assunto é muito vasto e com diversos pontos de vista.
No dia a dia é notório perceber que pouco compreendemos como as pessoas realmente pensam. Seria bom ter alguma transparência imediata antes dos comuns pré-julgamentos, mas diariamente a vida nos dá oportunidades de aproximação e o livre arbítrio da escuta empática.
Para lidar com os pensamentos diferentes, antes precisamos compreendê-los através da escuta e por meio de uma troca de exploração justa, aquela onde você dá e recebe os conhecimentos e experiências alheias. Ao demonstrar interesse por um pensamento, já fica explícita a sua predisposição ao entendimento – só isto já cria muita empatia nas pessoas.
Parto sempre do princípio que doarei o meu tempo ao próximo, sendo afável, aberto e ouvinte, seja por um belo sorriso, um firme aperto de mãos ou tudo junto. Para conquistarmos e conhecermos um ao outro, seus pensamentos, intenções e desejos, vejo necessário conquistar confiança desde a primeira aproximação, ato capaz de permitir o avanço das descobertas.
Costumo dizer que existem dois tipos de pessoas: aquelas que entregam 100% de credibilidade e transferem todo o cuidado da manutenção ao próximo, e outras que não entregam nem 1% de confiança, compreendendo que somente com o passar do tempo a entregarão, pouco a pouco. É nítido identificar estes dois perfis à minha confiabilidade, acreditando que desta maneira, poderei compreender com muita velocidade o próximo e assim abrir uma via mais cristalina da verdade, pois com o passar do tempo, não existe falsa confiança. Ela é trabalhada no dia a dia, como uma energia fluente, existente e viva entre as pessoas.
Retornando ao tema, esta maneira de convívio, pelo menos para mim, sempre possibilitou aceitar as diferenças com enorme compreensão, pois quando ouvimos de verdade o outro, damos a oportunidade de conhecer os motivos de seus pensamentos, os propósitos de suas razões. Isto não quer dizer que aceito ou concordo plenamente com tudo, mas gera a possibilidade da compreensão, e assim, coloco o respeito e a aceitação em primeiro plano.
Este exercício diário já me possibilitou refletir inúmeras vezes sobre pensamentos e razões sob enfoques que jamais poderia perceber, não fosse por aqueles relatos. Entendo que todas as razões podem ser compreendidas por seus pontos de vista e que dar esta permissão a si mesmo, pode ampliar e muito, seus horizontes. Este exercício deve ser feito, pois uma vez sentidos seus resultados, dificilmente você se fechará novamente.
E você, como lida com pessoas que pensam diferente a você?