Existem mil maneiras de conquistar coisas e pessoas. Cada um tem livre arbítrio para escolher a sua forma, a maneira como irá conduzir as palavras, as atitudes, os pontos de vista comuns e contrários, os encontros e os desencontros. São as pessoas, ou melhor, nós mesmos, os responsáveis pelo resultado que buscamos nos outros.
Cada um de nós deseja muito conquistar o outro: aquele que faz parte do nosso círculo familiar, do nosso grupo de amigos e de nosso ambiente de trabalho. É, queremos muito, mas será que também nos esforçamos MUITO para concretizar as conquistas da admiração, do bem querer, da excelência dos relacionamentos, do entendimento recíproco, da compreensão alheia, da paciência, da paz, do ambiente agradável, do resultado esperado, da expectativa superada? Essas são buscas diárias em nossas vidas – nossas e de todo mundo – e, ao mesmo tempo, nós nos esforçamos muito pouco para proporcionar ao outro o que tanto desejamos para nós. Em outras palavras: queremos receber, mas não desejamos entregar. Os outros também querem receber, mas pouco fazem para nos entregar alguma coisa. Aquilo que cada um deseja permanece do lado de cada um, não existe esforço para realizar a troca, para criar condições de um ambiente mais propício, de um ambiente melhor.
É muito paradoxal tudo isso: sabemos que a temperatura dos ambientes depende única e exclusivamente de nós mesmos, mas não conseguimos enxergar o óbvio. É mais fácil nos desviarmos do que está diante de nossos olhos, não vermos o fácil, o comum, o rotineiro. Preferimos a esquiva, apontar o culpado, estabelecer a intriga, adotar a defesa imediata.
Somos rápidos para julgar e lentos para nos avaliar; olhamos muito para frente e pouco para o espelho. Na impossibilidade de mudar, bradamos ”Estou cansado! Estou cansado! Estou cansado! Estou cansado!”. Queremos que o outro se apiede de nós? Que ele nos olhe com dó? Que nos ofereça a sua ajuda? Ou só queremos propagar um grito de incapacidade diante do que a vida nos tem cobrado para merecermos algo que queremos de mão beijada?
A vida não nos entrega nada gratuitamente: nada que não mereçamos, nada para o qual não tenhamos nos esforçado de fato. Pelo menos é o que aprendi até agora.
Às vezes temos a falsa sensação de que as coisas vão acontecer da maneira que imaginamos ou gostaríamos, gratuitamente, sem que seja preciso movermos um dedo sequer. Ledo engano! Precisamos estar constantemente atentos de que só obteremos aquilo a que nos dedicamos com MUITO, MUITO ESFORÇO. Quer estejamos do lado favorável, quer estejamos do lado não favorável à situação!