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Espelho, espelho meu!

Na ficção, uma linda historinha de criança; na vida real, uma grande verdade velada.

Espelho, espelho meu, existe alguém mais esperto, mais sábio, mais exuberante, mais perspicaz, mais corajoso, mais inteligente, mais astuto, mais tudo de bom do que eu?

Diz o espelho: SIM… existem muitos outros!!!

Assim como numa historinha de criança, não damos grande atenção ao que ouvimos, ignoramos a verdade, e nossa vida segue com as falsas verdades que criamos dentro do nosso pequeno universo de contos de fada.

A vida nos deu a capacidade de, com aparentemente dois pequenos olhos, enxergar a imensidão do mundo; com dois ouvidos, escutar todos os sons que nos rodeiam e, através das mãos, da boca e do nariz, sentir a totalidade das percepções que nos rodeiam, uma verdadeira massa de informações que nos são entregues todos os dias, a fim de compilarmos e assim definirmos nossos valores, nossas verdades, nossos princípios.

O fato de podermos interagir dessa maneira com a imensidão do espaço às vezes nos leva a acreditar, ilusoriamente, que somos mesmo do tamanho de tudo aquilo que estamos vendo e sentindo, e não parte integrante de todo este universo. Esquecemos às vezes que nossas virtudes, advindas da relação com o universo, são capacidades comuns a todos… Acabamos tendo uma falsa sensação de poder sobre alguns grupos, poder que é simplesmente produto de nossa própria imaginação.

Pare um minuto e avalie suas relações com os outros. Seja frio nesta hora: é só um exercício muito íntimo. Entre as pessoas que estão a seu redor, por quais delas você realmente faria algo de coração, com vontade, por reciprocidade, sem ter o mínimo interesse? Agora faça o inverso: quantas pessoas você acredita que fariam o mesmo por você com tamanha sinceridade?

Vamos mais longe. Avalie dentre essas pessoas quais são aquelas por quem você tomaria atitudes voluntárias e quais são as que também tomariam essa atitude por você, quais os motivos que o levam a isso e vice-versa… o que você fez para merecer isso e vice-versa… quanto o poder da hierarquia tem a ver com isso e vice-versa…

Quando começamos a formular essas questões, sentimo-nos como se alguém nos tivesse encostado na parede… começamos a refletir de fato sobre o que é que estamos realmente fazendo em nossos dias —com nossos dias e dos nossos dias —, como estamos nos comportando… o que construímos até o momento… o quanto tudo isso tem a ver com o nosso sucesso ou com o nosso insucesso… quanto tudo isso reflete na nossa felicidade e na nossa paz de espírito.

De uma coisa eu tenho certeza: você começará a ver que a resposta do seu espelho não está tão errada como você imaginou.

No fundo somos iguais nas ações e nas percepções —uns mais ativos, outros menos…; uns menos sensíveis, outros mais… —, fazendo com que nossas conquistas, positivas ou não, sejam 100% reflexos de nossas atitudes, as quais, por sua vez, são de nossa única, exclusiva e total responsabilidade.

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