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Zelador ou transformador? O que os contratantes esperam da sua atuação?

A experiência me ensinou que existem dois tipos de contratantes muito bem definidos:  aqueles que esperam de seus colaboradores e fornecedores o oficio de zeladoria e aqueles que buscam profissionais com um perfil transformador. Um procura quem proteja e zele, para manter as coisas exatamente como estão. O outro deseja quem possa ajudá-lo a gerar profundas transformações no futuro de sua empresa.

São dois perfis antagônicos, mas isso não significa que os profissionais que se encaixam em um precisem ser mais capacitados e preparados do que os que se encaixam no outro. As expectativas é que são diferentes.

Espera-se do transformador que se esforce na direção da mudança; do zelador, que consolide o status quo. O transformador deve saber provocar e estar disposto a se arriscar, além de ter sempre a coragem de defender suas ideias ainda que elas impliquem em virar as coisas de ponta cabeça. O zelador, por sua vez, deve buscar a conciliação, saber evitar o conflito aberto e conseguir com que todos terminem por ceder um pouco para garantir um ambiente mais estável.

Em ambos os casos, atuando sempre com profissionalismo e ética.

O que a realidade das empresas apresenta, porém, é um razoável descontentamento das partes, os gestores insatisfeitos com o que estão recebendo de colaboradores e fornecedores e estes, por sua vez, geralmente perdidos em relação ao que se espera da atuação deles, muitos querem zeladoria mas proclamam aos quatro cantos por transformação.

Por isso, é importante, antes de sair agindo impulsivamente, ter clareza do que se espera de suas atitudes. Em vez de empregar “esperteza”, ou seja, usar a aptidão mais ou menos inata de compreender ou aprender a partir de meros indícios – o que tem se mostrado ineficaz nas relações de fato produtivas de longo prazo – é preciso ter conhecimento prévio e real das expectativas do seu gestor. Isso pode fazer, no mínimo, com que você economize seus mais preciosos ativos. Tempo, recursos e energia poderão ser poupados ou no mínimo dimensionados a cada entrega.

O fato é que, ao perceber logo no início da relação as diferenças claras entre um zelador e um transformador, esse conhecimento irá pautar a relação e a maneira como inputs e outputs se realimentarão positivamente. Conhecer e identificar estes perfis, sem dúvida, garantirão que os colaboradores e stakeholders frustrem-se menos e parem de desperdiçar nossos valores mais preciosos.

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