Nestes mais de 31 anos à frente de equipes, cometi inúmeros erros, dos quais, muitos me trouxeram grandes aprendizados.
Quando emitimos informações, sejam elas positivas ou negativas, cada um tem uma interpretação distinta, pois os momentos de vida e assuntos em pauta são completamente diferentes.
Somos todos sensíveis à informação, mesmo as que estão a milhares de quilômetros. Vejam só este episódio dos USA e Irã. O fato de termos conhecimento de uma possível guerra entre nações já nos deixa apreensivos. Se isto acontece com informações na macro economia, o que diremos dos fatos que nos ameaçam dentro de casa…
O fato é que, se temos uma informação que pode nos ameaçar, e assim afetar diretamente nossas vidas, independente dos impactos que isto possa causar, temos a responsabilidade e obrigação de informar os tripulantes.
Uma frase sempre esteve ao meu lado. Desconheço o autor, mas a sua verdade sempre fez sentido: “Não há mal que perdure, nem bem que não se acabe”.
Estando 100% convicto desta colocação, por sua concisão e tamanho da verdade, esta afirmação criou em mim um plano de contingência permanente.
As fases em nossas vidas são uma realidade, assim como as mudanças e as certezas, das quais muitas vezes existem pessoas trabalhando duro para que se tornem reais.
Os assuntos latentes em nossas cabeças são definidos por nossas prioridades, por aquilo que mais nos preocupa. Seja um projeto, uma pessoa, uma ameaça, uma doença e assim por diante.
Esta latência define nosso estado emocional, nossa paciência e nossa maneira de interpretar novas informações. No fundo, ninguém sabe como realmente estamos, a não ser nós mesmos.
A vida impõe para os líderes, não ter direito de errar, de estar num dia ruim, de compartilhar preocupações ou ameaças.
A cobrança por um estado 100% perfeito e otimista é muito severa.
Já li e ouvi muito sobre a solidão da cadeira de liderança, um local que mais se parece a um barril de pólvora em constante ameaça, pois ali existe um
pavio permanentemente aceso com uma única variável: a distância da faísca.
É certo que ocupar esta cadeira é uma escolha daqueles que definem estar nela independente das hostilidades e riscos inerentes.
Ninguém se torna ou aceita ser líder por imposição. Esta é uma escolha e uma busca pessoal. Todos que fizeram essa opção estão cientes dos bônus e ônus impostos e passam suas vidas lutando para trazer resultados coletivos positivos.
Para muitos, a solidão dos pensamentos é insuportável, mas para a grande maioria, aprendem a conviver com ela pois na grande maioria das decisões e escolhas, a última palavra será da liderança.
Alguém sempre terá a última decisão e por ela sempre será julgado, quer queira ou não.
Liderar nunca foi uma tarefa simples, pois as consequências podem ser gigantescas para ambos os lados. Trata-se de um grande jogo de acertos e erros, responsabilidade, coragem, equilíbrio e percepção de risco.
Liderar pode ser concluído em sua excelência, como exercer o poder sem usá-lo, administrar a solidão como ferramenta de estratégia, assumir erros com humildade e resiliência e encorajar-se aos riscos com prudência.