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Paciência, limite ou linha tênue?

A vida nos testa incessantemente, temos em nossas cabeças a capacidade de alojar tudo o que gira ao nosso redor. São inúmeros julgamentos deflagrados como se fossem dezenas de salas de um fórum com advogados de defesa e de acusação despejando outras dezenas de argumentos, tudo junto e misturado e, do lado de fora, a vida segue o ritmo dos ponteiros que não param por nada.

Às vezes paramos e pensamos como é possível administrar tudo isso com harmonia, mas, assim como as máquinas e aparelhos, temos limites. As caixas enchem, as baterias se esgotam e o sistema entra em colapso.

A virtude das máquinas e aparelhos são os indicadores físicos, as métricas precisas, os ponteiros e visores que apresentam com nitidez a aproximação dos limites. Pena que isto não exista em nossos corpos, ou não, deve ser sorte nossa, pois se tivéssemos isto utilizaríamos as nossas máquinas humanas de maneira mais desumana ainda.

É notório que o comprimento do pavio de cada pessoa varia, mas como isto não é físico, somente o convívio do dia a dia faz com que compreendamos o tamanho de cada um para que dosemos a pressão em cada indivíduo.

Ao nosso redor é fácil distinguir quem é mais pavio curto do que o outro e assim sabemos o quanto podemos ou não estressar aquele barril de pólvora.

Os ditos pavios curtos são pessoas de limites pequenos, reagem facilmente às informações sem absorver e avaliar o assunto de maneira holística, muitos acabam com o tempo compreendendo os estragos causados com este comportamento e conseguem a duras custas ampliar o tamanho do pavio. Outros já passam a vida explodindo relações e destruindo lares e equipes de maneiras desastrosas.

O limite de nossas paciências é totalmente diferente. Existem aqueles que demoram a explodir, mas quando explodem fica difícil sobrar pedra sobre pedra. Este é, sem dúvida, o oposto dos pavios curtos.

No fundo, e como tudo nesta vida, lutamos diariamente pelo equilíbrio de nossas reações, sentimentos e atitudes, lutamos permanentemente conosco para que tenhamos bom senso, equilíbrio, resiliência e calma, mas que também tenhamos posições diante dos assuntos e acontecimentos que nos rodeiam.292

Tanto os “pavios curtos” como os “sangues de barata” sofrem as consequências na administração dos seus limites. Uns gostariam de serem outros em vários momentos, mas, no final, cabe a cada um de nós compreender e aceitar nossas naturezas, nossas fraquezas, nossos ímpetos e limitação para primeiramente termos um melhor autocontrole e, na sequência, ter convivências mais harmoniosas e duradouras.

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