História

Você é da turma do: Vamos fazer! ou do Precisamos fazer!?

Direto ao assunto, pois este me provoca em particular. Quando você vai para uma reunião de trabalho no intuito de desenvolver uma tarefa em equipe, onde todos à mesa têm funções distintas para a completa execução, você é daqueles que sai da reunião para fazer de verdade ou sai para esperar que façam por você?

Acredito que, para aqueles que entram numa sala de reunião de trabalho, a predisposição em captar a tarefa , tirar dúvidas e sair para a execução da mesma deva ser o princípio básico e lógico da atuação, que sequer precisa ser colocado à mesa. Mas, infelizmente na prática isto não se confirma. É mais que comum haver diferenças entre os profissionais. Os perfis são diferentes, existem os ouvintes analíticos, os falantes compulsivos, mas uma coisa acredito ser comum a todos é o esforço, ao sair da sala, para a atitude. Isto é muito parecido com as tarefas em grupo que recebíamos na escola, os famosos trabalhos em grupo, em sala, e lições para casa onde as coisas se complicavam mais ainda. Percebam que este problema já existe em nossas vidas há tempos.

Fazer e precisar fazer tem uma diferença muito grande, e com certa facilidade os grupos conseguem separar quem é quem. Isto diz respeito ao comprometimento, solidariedade, engajamento, responsabilidade, colaboração, envolvimento, vontade, seriedade, capacidade e mais alguns atributos que não me vêm à cabeça.

A pior fuga de um profissional é a de si próprio, e no mundo das empresas não existe esconderijo: todos somos expostos às nossas virtudes e fraquezas, e neste campo somente a verdade tem espaço. Vejo no dia a dia profissionais acreditando estarem efetivos diante dos inflamados “ Precisamos fazer “, mas mal sabem ou pouco percebem o que estão causando para sua própria imagem.

Percebo às vezes que existem profissionais que entendem as suas incapacidades em certos trabalhos, mas os vejo sendo colaborativos no geral, pois existem muitas tarefas ao redor de um projetos que precisam ser feitos. Às vezes a simples preocupação e atenção com os demais caracteriza uma entrega, mas não são todos que podem fazer parte dessa entrega, porque os trabalhos passam por um processo de competências independentes. Mesmo assim, isso não é motivo para soltarem as mãos. Já tive em minha experiência vários casos práticos e os mais marcantes e felizes foram aqueles em que houve real engajamento em equipe. Sempre faço uma analogia com a Formula 1, onde são investidos milhões de dólares, além da bagagem de cada um da equipe para chegar a um resultado e excelência, mas caso a menor das responsabilidades falhar na hora de apertar uma porca na parada do pit-stop, tudo vai por água abaixo. Claro, erros acontecem e até eles são amenizados quando o grupo percebe força, dedicação e empenho por parte do companheiro, mas, em grande parte, não é isso que vemos nas empresas.

Esse assunto é pouco abordado e, inevitavelmente, irá gerar desgastes e desentendimentos entre as pessoas, que defendem suas convicções e percepções. Ao longo dos anos já ouvi de tudo, e a questão está longe de ser resolvida.

Por vezes, não somos o profissional mais importante na mesa de reunião, mas sempre precisamos entender nosso papel, seja ele qual for. Para isso, é necessário entregarmos colaboração, ânimo, aproximação, informação, comprometimento e principalmente engajamento e solidariedade. Reforço isso desde o início, porque é uma questão séria e muito presente em nossas vidas corporativas.

Frequentemente, a ajuda dos integrantes não está na execução mais intelectual. Ela reside nas pequenas partes como um acompanhamento de um finalizador ou preparador de layouts, um encadernador ou naquele que coordena o cronograma e os prazos, na localização de um motoboy ou no aviso aos departamentos envolvidos. Para todo o trabalho existem muitas tarefas e cada um deve servir ao grupo, o famoso um grupo por todos e todos por um grupo. Assim deve ser.

Na próxima reunião em que entrar, pense nisso, apresente isso. Aos líderes, trabalhem este tema com relevância. Aos liderados, encontrem o seu papel e se entreguem com fervor. Tenho certeza que se cada um entender o seu papel e fizer a sua parte, muita coisa irá melhorar, em sua existência, no grupo, na empresa e consequentemente na vida de todos.

Quando você ouvir,” PRECISAMOS FAZER “ fique preocupado, e lembre-se desta história:
“Esta é uma história de quatro pessoas: TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM e NINGUÉM. Havia um trabalho importante a ser feito e TODO MUNDO tinha certeza de que ALGUÉM o faria. QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fêz. ALGUÉM zangou-se porque era um trabalho de TODO MUNDO. TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo, mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo. Ao final, TODO MUNDO culpou ALGUÉM quando NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito.” Autor desconhecido.

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